O dever de casa e o chat sexual são os principais temas abordados pelos usuários em conversas com chatbots que utilizam inteligência artificial (IA), de acordo com um estudo realizado pelo jornal The Washington Post. A pesquisa analisou mais de 200 mil conversas em inglês do banco de dados do WildChat, revelando que os usuários buscam auxílio na escrita criativa, encenações e ajuda com atividades escolares.
O estudo utilizou os dados do WildChat, que é um banco de dados do Allen Institute for Artificial Intelligence, oferecendo acesso gratuito a diferentes modelos de IA, incluindo o ChatGPT. Os usuários concordaram em compartilhar o histórico de suas conversas para ter acesso à ferramenta.
Após analisar mais de 200 mil conversas, foram selecionadas 39 mil delas, provenientes de 16 mil endereços de IP diferentes, para análise. Os resultados revelaram que 21% dos usuários utilizaram os chatbots para criar histórias ou desempenhar papéis, utilizando a IA como uma ferramenta para estimular a criatividade e aprimorar textos. Além disso, 7% dos usuários procuraram se envolver em conversas de natureza sexual com os chatbots, inclusive solicitando encenações sexuais.
Uma das descobertas surpreendentes da pesquisa foi que 1 em cada 6 conversas analisadas diziam respeito a estudantes em busca de ajuda com suas tarefas escolares. Alguns usuários utilizavam os chatbots como auxiliares de ensino, enquanto outros simplesmente copiavam e colavam as questões para obter as respostas. Entretanto, o estudo alerta que não é recomendado utilizar os chatbots para a escrita de trabalhos acadêmicos, uma vez que essas ferramentas podem cometer erros e espalhar informações errôneas.
Outra utilização comum da IA observada foi na área de programação, com 7% das conversas relacionadas a códigos. Os desenvolvedores utilizaram a IA generativa para escrever, corrigir ou compreender códigos de programação. Além disso, cerca de 15% dos usuários recorreram aos chatbots com dúvidas relacionadas ao trabalho, incluindo ajuda em apresentações, redação de e-mails profissionais e automação de tarefas.
Uma descoberta interessante foi o pedido, por parte de alguns usuários, para que o chatbot gerasse imagens a partir de comandos de texto. Embora isso não fosse uma funcionalidade disponível no WildChat, alguns usuários tentaram fazer essa solicitação.
O estudo também observou que alguns usuários usavam um tom educado, incluindo a palavra “por favor”, ao escrever comandos para o chatbot, enquanto outros utilizavam linguagem ofensiva nas conversas.
É importante ressaltar que a pesquisa foi realizada apenas com usuários de língua inglesa nos Estados Unidos, e que os comportamentos podem ser diferentes em outros países, como o Brasil.
Com base nos resultados dessa pesquisa, fica evidente a versatilidade dos chatbots com inteligência artificial e a ampla gama de usos para essa tecnologia.